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O NATAL EM AMOR

Deixo aqui este conto, escrito para um concurso entre blogs e que me deu bastante prazer em escrever. Não sei se sabem eu tenho gatos e os gatos são uma paixão na minha vida. O concurso obrigava a que a história fosse de Natal e que tivesse pelo menos um gato.

Desejo um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de felicidade.

Conto
O NATAL EM AMOR
Era uma vez, num país longínquo, chamado AMOR, onde a nossa imaginação mora, aproxima-se o Natal. As ruas estavam iluminadas e cheiravam às lareiras acesas. O calor humano sentia-se, a bondade floria em cada esquina. Nesse país os animaizinhos falavam e eram adorados pelas pessoas. Não havia animais nas ruas padecendo de frio, nem fome, nem maus-tratos, em cada casa havia um bichinho.
As pessoas preparavam as surpresas feitas por elas próprias para as crianças, fazendo caixas para bombons com cartolinas coloridas e papéis brilhantes. Os brinquedos eram feitos pelos pais em madeira e pintados carinhosamente. Não havia o consumismo desenfreado do resto de todos os Países existentes neste mundo.
Aproximava-se a véspera de Natal e numa dessas casas habitava a imaginação do titio António, da titia Margarida e do Alex. Era uma casa quente de felicidade como todas as outras desse país. Nessa casa habitavam dois gatinhos.
O Eros, digno representante dos miaus, um carácter firme, meigo e inteligente.O Laranjinha ainda criança, com aquele focinho infantil, cativante e traquinas.Estes dois amigos miaus que eram uns grandes convivas e só  (continua, abrir o link "ler mais")
queriam brincadeira, resolveram, sem contar nada aos seus amigos humanos, fazer uma grande festa com todos os gatinhos da vizinhança. Mas o problema era fazer os convites e enviar pois estes nossos amigos não tinham muita habilidade para trabalhos manuais….começaram a pensar…a pensar e eis que o Laranjinha disse ao Eros.
- Ei! Lembrei-me que a Guida comprou carapaus!
Responde o Eros ronronante.
- E que queres tu fazer com os carapaus?
Responde o Laranjinha.
- Olha, nos púnhamos uma fita vermelha com um guizo em cada carapau e enviávamos aos nossos amigos como convite para a nossa festa! Diz o Eros.
- Ai é? E como fazias isso? A Guida está sempre de olho em tudo, dava logo conta da falta dos carapaus! Para além disso não há fitas nem guizos que cheguem! Laranjinha com um ar triste.
- Então? Carapaus é que era giro! Podemos embrulhar em papel e fazer um rebuçado!Eros.
- Estás tolo!!!
Laranjinha, calou-se com um ar amuado, pensativo. O Eros, espreguiçou-se com o lombo em arco, foi comer e voltou com um ar importante.
- Tive uma ideia Laranjinha!
Laranjinha levantou a cabeça com um ar atento, de bigodes espetados. O Eros com um ar importante pela sua brilhante ideia, disse:
- Amanhã vamos para a rua com cartazes escritos em língua “Miau”, a dizer….”Amigos gatos! Todos na nossa casa no dia 24 de Dezembro às 24 horas. HÁ FESTA! Entrar pela porta da cozinha EM SILÊNCIO”! Vamos buscar aquelas cartolinas que a Guida tem para desenhar escrevemos isto que achas?
Laranjinha com um ar pensativo, achou uma brilhante ideia pois cheirava-lhe a correrias, mordidelas e partidas. O ingénuo do Eros, nem percebeu o ar sabido do Laranjinha.
- É muito fixe essa ideia Eros!
Nessa noite os dois amigos fingiram estar a dormir na sala, muito sossegados. O titio António até achou estranho um sono tão pesado de ambos. Foi fazer-lhes uma festa e eles dormiam pesadamente. 
Foram todos dormir e os gatinhos que já sabiam que não seriam incomodados, ficaram mais um pouco e foram à procura das cartolinas, pé ante pé…como bailarinas. Escolheram uma cartolina vermelha e um lápis preto e escreveram tudo em língua “Miau”. O Laranjinha continuava cismado com os carapaus. Disse:
- Podemos pendurar um carapau no cartaz para ficar mais bonito e serve de chamariz!
Eros achou a ideia boa e lá foi buscar um carapau que penduraram no cartaz.
- Bem Laranjinha agora vamos dormir…até amanhã!
No dia seguinte, os dois amigos esperaram pacientemente a melhor oportunidade para saírem de casa alegremente, passear o cartaz pela rua, ir a todas as casas. Passaram por dois cães que comentaram.
- Olha o Eros e o Laranjinha…ui que andarão eles a preparar com aquele cartaz? Não entendo nada do que está escrito! Têm a mania de falar e escrever em “gatês” ou língua “miau”!  
Quando terminaram a divulgação da sua festa estes dois amigos estavam muito cansados. Entraram em casa, já sem o cartaz e foram direitinhos, cada um para a sua cesta. Dormiram a tarde inteira.Os dias foram passando alegremente e finalmente chegou o dia 24 de Dezembro, véspera de Natal. 
A titia Guida tinha preparado uma linda árvore de Natal feita de ramos de pinheiro já grandes. Pendurou na árvore bonequinhos de Natal feitos por todos lá em casa, rebuçados coloridos e bombons caseiros. À volta da árvore havia presentes, a lareira estava acesa e tudo lá em casa estava calmo e feliz. Os presentes lá em casa só se abriam no dia 25 de Dezembro. Na véspera as pessoas comemoravam comendo várias iguarias provenientes de todos o cantos do mundo.
Nesse dia os nossos amigos andavam numa grande irrequietude. A titia Guida até comentou.
- Não sei o que se passa hoje com estes meninos que não estão quietos!
Ora iam para o sótão, ora voltavam para baixo. Esperavam que ninguém estivesse a ver para irem à despensa buscar latas de atum, bolinhas de ração, enfim, aos poucos eles transformaram o sótão com as suas iguarias. Laranjinha que andava cismado com os carapaus, esperava ansioso que alguém fosse ao frigorífico e o deixasse aberto, para poder “transportar” uns carapauzinhos para o sótão.
Aproximava-se a hora da festa clandestina de todos os gatos de AMOR. Os nossos amiguinhos esperavam ansiosos que os donos fossem para a cama. Lá fora começava a juntar-se uma multidão de “miaus” á espera de um sinal para entrarem. O Laranjinha desapareceu por um bom bocado. Foi preparar as partidas lá em cima no sótão. O Eros nem deu por nada pois adormeceu de cansaço, durante uma breve meia hora.
Assim que todos lá em casa se deitaram, Laranjinha e Eros foram para a porta da cozinha, destaparam a portinha dos gatos e eis que um a um, os amigalhaços “miaus”, foram entrando em silêncio absoluto. Eros guiou-os no caminho para o sótão, enquanto laranjinha recebia os convidados. Quando entrou o último gatinho, Laranjinha subiu com ele para o sótão onde todos com um ar esfomeado se reuniam ao pé dos carapaus, atum e outras iguarias. Eros deu a ideia de brincarem primeiro às escondidas mas só no sótão, pois havia muito locais para esconderijo. Começou a brincadeira mas o Laranjinha conheceu uma gata linda ruiva como ele. Esqueceu tudo à sua volta, esqueceu a partida que tinha pregado.
Finalmente, todos estavam cansados de correrias e foram comer o que havia ao mesmo tempo, repentinamente começou a maior das barafundas. Espirravam todos ao mesmo tempo, aflitos com a pimenta que o Laranjinha tinha posto em todos os pratos. Apenas o Eros, Laranjinha e a gata ruiva não comeram. Eros olhava espantado para o alvoroço que se formou. Havia gatinhos a correr e espirrar, havia coisas derrubadas, havia sobretudo uma barulheira infernal e pior que tudo a confusão instalou-se por toda a casa. A titia Guida que tinha o sono leve, há muito que tinha levantado a orelha da almofada para ouvir, achando que não era um sonho e levantou-se.
Ao chegar á sala deparou-se com a sua árvore de Natal derrubada, as prendinhas espalhadas, gatinhos pendurados nas suas cortinas. Olhou para o Eros que entretanto estava petrificado na sala, olhou de seguida para o Laranjinha que estava de olhos no chão e por baixo do pêlo cor de laranja tinha as bochechas coradas de vergonha. A Guida olhando para os dois disse com cara de zangada mas os olhos riam…
- Menino Eros Maria e menino Laranjinha Maria!!! Que se passou aqui? Fazem favor digam aos vossos amigos para voltarem para casa já!
Eros e Laranjinha com miados quase inaudíveis mandaram os seus amigos para casa, entretanto já recuperados dos espirros, estando todos já mais calmos. Um a um saíram olhando para o Eros e para o Laranjinha de alto a baixo.
Quando todos saíram a titia Guida voltou a falar.
- Agora meninos a conversa é connosco! A quem pediram os meninos para dar uma festa cá em casa?
Eros contou a verdade toda. Disse que não sabia o que se tinha passado com a comida, pois se não fosse a comida tudo teria corrido bem. A Guida voltou a falar.
- Laranjinha estás muito calado! Que achas que aconteceu à comida? É melhor eu saber agora do que depois.
Laranjinha de olhos no chão, confessou que às escondidas do Eros tinha posto pimenta na comida toda.
- Não castigues o Eros, ele não teve culpa.
Guida muito séria disse.
- Meninos como já devem saber vão ser castigados. Cada um de vocês tinha uma prenda na árvore de Natal que ficará guardada, até eu achar que já chega de castigo e como é Natal, não vos vou dar um castigo mais penoso, como por exemplo ficarem sem atum durante 1 ano.
Os nossos amigos até engoliram em seco. A Titia Guida continuou…
- Mas vão limpar toda a porcaria que está no sótão e endireitar tudo o que estiver fora do lugar. Têm até à hora do almoço para fazer tudo.
À hora de almoço Eros e Laranjinha tinham tudo limpo, arranjado e cheiroso. Titia Guida, chamou então todos para procurem os seus presentes. Eros e Laranjinha levantaram a cabeça e baixaram desanimados. Titia Guida olhou para eles, piscou os olhos ao António que já sabia do sucedido e disse:
- Podem ir buscar os vossos presentes!
Eros e Laranjinha, correram para ver os presentes embrulhados com um lindo papel vermelho e era uma lata de atum para cada um. Olharam para a titia Guida agradecidos e foram ambos, dar-lhe cabeçadazinhas nas pernas.
Fim
Escrito por: Margarida de Almeida Tavares

3 comentários:

  1. Amigaaa... que lindo o conto!!! Dei mtas risadas tbm...kkkk
    vc é demais menina!!! parabéns!!
    ofereço um selinho especial, para pessoas especiais que fizeram parte do meu infinito em 2010 e vão continuar a fazer em 2011 com certeza!! Não vou te perder ;)
    Aí vai o link:
    http://infinitodacris.blogspot.com/2010/12/vc-fez-parte-do-infinito-da-cris.html

    Mtos beijinhos e abençoada semaninha!!
    :)

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  2. Si, probabilmente lo e

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  3. O miau Eros pediu q eu passasse por aqui p conhecer. Muito tocante esse conto. Adorei as imagens. Vou voltar com mais tempo para ler os poemas.
    Abraços despenteados!

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